OLHOS VERDES

OLHOS VERDES

Por Elvis Rossi da Silva

Alguma coisa me fascina
E o verde esmeralda se aproxima
E diz vem, vem, vem a mim

E a luz penetra na sala
E o verde dos olhos se espalha
E algo em mim me alucina

E os olhos vêem e dizem fica
E eu, mudo, vidrado... fico
E digo vem, vem a mim

E a luz ainda mais me cega
E me deixa torpe, me carrega
E diz vem, vem até mim

E os olhos vão ficando mais ternos
E ficam assim, como eternos
Na alma em mim dizendo sim, sim, sim...

E a luz que me ilude, alucina
E venero, e cintila e fascina
Deixa meu peito quedo no chão

E de longe e de perto esmeraldinos,
Os olhos que me secam, malignos,
Deixam em mim seu verde veneno.

É convulsão, assombração,
É medo, é pavor, é paixão
E me cercam e dizem: dá-me a mão...

E eu ali, neles, fixado
Atado por todos os lados...
De Lucila, os olhos, venero...

E a luz do verde-Yara me afoga
E minha alma por dentro verifoga
E dizem vem sim, sim, não, não!

Não sei se é sonho ou fantasia
Mas a luz dos olhos, a paralisia,
Entorna fogo no coração

E eu ali, atônito, imóvel, frustrado
E tamanha beleza ali e eu prostrado
Pela verde aparição.

E os olhos ficam ali velados,
Agora partindo para outro lado,
Vejo-me sem saída, sem consolação.

E eu ali de pé, petrificado,
Não sabendo se em sonho ou acordado
Deliro com a esmeraldina visão.


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